Internet interrompida há 18 dias no Sudão apesar de ordem judicial (11-11-2021)
- ndsce9
- 16 de nov. de 2022
- 2 min de leitura
O acesso à Internet no Sudão continua com perturbações desde o golpe militar de 25 de outubro, apesar de uma ordem judicial exigir que os fornecedores restabeleçam os serviços, declarou hoje uma organização internacional.
Segundo uma publicação na plataforma social Twitter da NetBlocks, organização fundada em 2017 que monitoriza a liberdade de acesso à Internet, a interrupção está agora no seu 18.º dia e representa um "impedimento contínuo" à democracia e aos direitos humanos.
Um tribunal sudanês deliberou, na quarta-feira, que os três principais fornecedores de telecomunicações do país devem restabelecer o acesso à Internet. No entanto, as autoridades ainda não mostraram qualquer sinal de cumprimento da ordem.
As interrupções da Internet tornaram-se comuns no Sudão desde que surgiram protestos a nível nacional em finais de 2018, que levaram ao afastamento pelos militares do autocrata do país, Omar al-Bashir, em abril de 2019.
Na altura, as interrupções foram uma tentativa de repressão dos protestos.
As autoridades perturbaram as redes sociais durante 68 dias, de acordo com a NetBlocs, sediada em Londres.
Em 25 de outubro, os militares sudaneses tomaram o poder, dissolvendo o Governo de transição do país e detendo mais de 100 funcionários governamentais e líderes políticos, juntamente com um grande número de manifestantes e ativistas.
O Exército também colocou o primeiro-ministro do país, Abdalla Hamdok, sob prisão domiciliária na sua residência na capital, Cartum.
Desde a tomada do poder, pelo menos 14 manifestantes anticorrupção foram mortos devido às forças de segurança do país, segundo os médicos sudaneses e a Organização das Nações Unidas (ONU).
O golpe foi condenado pela ONU, pelos Estados Unidos da América e pela União Europeia, que têm instado os generais a restabelecer um Governo de transição militar-civil.
Na quarta-feira, o porta-voz da ONU, Stéphane Dujarric, disse que o representante especial da ONU para o Sudão, Volker Perthes, se reuniu no dia anterior com o chefe do Exército sudanês, o general Abdel-Fattah al-Burhan.
Nas conversações, o representante especial instou a "um regresso à parceria de transição" e apelou aos militares "a exercerem contenção e a tomarem medidas de prevenção, incluindo a libertação de todas as pessoas que foram detidas e do primeiro-ministro, que permanece sob prisão domiciliária", disse Dujarric.
O porta-voz declarou também que o secretário-geral da ONU, António Guterres, falou com o primeiro-ministro deposto, Hamdok, no início da semana.
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