Líder do partido da oposição ruandês pede ajuda internacional da UE e AU (25-10-2021)
- ndsce9
- 15 de nov. de 2022
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A líder do partido de oposição ruandês DALFA-Umurinzi, Victorie Ingabire, apelou hoje aos representantes da União Europeia (UE) e da União Africana (UA) para cooperarem no sentido de acabar com a repressão do Governo contra os seus críticos.
A perseguição das autoridades aos "políticos da oposição e meios de comunicação independentes" está a impedir o Ruanda de alcançar "o desenvolvimento desejado", declarou Ingabire.
"Apelamos portanto aos representantes da UA e da UE para que apoiem o nosso caminho para o futuro do Ruanda e persuadam os líderes ruandeses a realizarem diálogos inclusivos", acrescentou a líder da oposição.
Victorie Ingabire fez este apelo hoje numa reunião que se realiza na capital do país, Kigali, onde se discutem investimentos para uma transição digital e ecológica, paz e segurança regional, migração e mobilidade, educação e a resposta de África à covid-19.
O encontro é marcado pela presença de vários ministros dos Negócios Estrangeiros e diplomatas da UE e da UA, que esta terça-feira se reúnem na II Reunião Ministerial União Africana-União Europeia, na capital ruandesa.
Esta é a primeira cimeira entre a UA e a UE desde janeiro de 2019, após a pandemia ter forçado o adiamento da reunião de maio de 2020.
No início deste mês, as autoridades ruandesas prenderam oito membros do partido da oposição DALFA-Umurinzi, e a jornalista Theoneste Nsengimana, sob a acusação de publicar falsos rumores para incitar a uma revolta contra o Governo.
A detenção da jornalista foi desencadeada por um vídeo que Nsengimana publicou no seu canal de YouTube anunciando a celebração do "Dia do Ingabire", para homenagear os políticos da oposição presos ou mortos pelo Governo ruandês.
O diretor da Human Rights Watch (HRW) da África Central, Lewis Mudge, condenou a reação das forças de segurança do Ruanda como um sinal claro de que "o Governo não está disposto a tolerar debates ou críticas".
"Estas detenções flagrantemente arbitrárias e de motivação política destinam-se a dissuadir os cidadãos de se pronunciarem contra as decisões ou abusos do Governo ruandês", acrescentou Mudge.
Desde que chegou ao poder em 2000 no Ruanda, Kagame alcançou um notável reconhecimento internacional pelos seus sucessos económicos e pela reconstrução do país após o genocídio de 1994.
No entanto, as organizações de direitos humanos têm denunciado repetidamente detenções arbitrárias e desaparecimentos de dissidentes às mãos do seu Governo.
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